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QUEM SOMOS 

Quase setenta por cento do território baiano está, oficialmente, inserido na região semiárida.
Toda a dinâmica econômica desta imensa região está subordinada à adversidade do clima,
impactada pela má distribuição das chuvas. É comum chover num mês quase toda a chuva
esperada para o ano, ou ainda, chover bem em determinado local e algumas centenas de
metros adiante não cair uma gota. A este cenário pluviométrico soma-se ao elevado
potencial de evaporação (solo) e evapotranspiração (vegetal), afetando a atividade
pecuária, pois é fundamentalmente feita a pasto.
Portanto, embora o ambiente arejado e seco da região seja benéfico aos rebanhos, os
longos períodos de déficit hídrico limitam a capacidade de produção forrageira
comprometendo a principal vocação do semiárido baiano que é a pecuária.
A eficiência econômica dos sistemas de produção a pasto é alcançada com produção do
pasto e a sua transformação em produtos, tais como carne, leite e etc. Desta forma, a
necessidade de buscar forragens apropriadas ao tipo de solo e clima, técnicas de manejo
que propiciem maior produtividade ao pasto, e animais geneticamente adaptados às
condições biológicas com a atividade econômica de produção são indispensáveis para este
bioma.
Assim como encontramos na Palma forrageira, na Moringa Oleífera e nos capins Urochloa,
e Buffel Grass, alternativas para produzir forragem sob precipitação escassa, em solos
rasos, precisamos também encontrar animais adaptados ao clima quente e seco, eficientes
na conversão do alimento e cuja demanda por nutrientes e energia seja possível atender
com a biomassa limitada que nossos pastos conseguem produzir. Animais capazes de
responder bem às condições de pastejo típicas do semiárido.
Na lógica do desempenho com sustentabilidade entre o animal e meio ambiente,
acreditamos que a nossa Seleção Genética é uma das melhores alternativas para a
pecuária das regiões secas pois são pautadas em tais critérios:
1. Rusticidade - melhor adaptação a ambientes desfavoráveis;
2. Eficiência Alimentar - ganho de arrobas com menor consumo de forragem;
3. Fertilidade - maior nascimento de bezerros;
4. Habilidade Materna - desmamar bezerros mais pesados;
5. Docilidade - fácil manejo;
6. Precocidade - abate antecipado / menor idade ao primeiro parto;
Os animais só atingem seu potencial de produção quando as exigências alimentares são
completamente atendidas. Em regime de pasto, estas exigências deverão ser supridas pelo
consumo diário de forragem. O organismo animal determina uma ordem de prioridades para
o uso da energia do alimento, começando pela mantença (manutenção do peso, respiração,
circulação, etc.), só depois para crescimento, reprodução/lactação, e por fim produção.
A “energia” do alimento é utilizada primeiro para mantença e portanto, só haverá produção,
quando o suprimento alimentar for superior às necessidades de mantença do animal. Por
sua vez, a “colheita” da forragem feita diretamente pelos animais (pastejo) é um “trabalho”
e, como tal, consome energia. Quando é grande a disponibilidade de forragem por área e
por animal, este pode comer sem se locomover longas distâncias, e selecionar o que comer
em termos de partes da planta e mesmo de espécies entre plantas. Já em pastagens muito
baixas ou pouco densas o consumo de forragem fica limitado. Nestas condições, mesmo
que o animal tenha uma grande área a sua disposição, é comum ele utilizar toda a “jornada
de trabalho” (pastejo) sem conseguir colher forragem suficiente.
À medida que progride a estação seca os animais aumentam o tempo de pastejo, gastando
cada vez mais energia, para comer cada vez menos, um pasto cada vez pior.
Nestas condições, a suplementação mineral-protéica pouco ou nada resolvem, já que, na
verdade, a “estrutura física” do pasto (baixo volumoso: massa, densidade, altura, relação
haste/folha...) que está limitando a ingestão de forragem. Os animais, simplesmente, não
estão conseguindo ingerir energia suficiente para suas necessidades de mantença e
produção.
A seleção natural do ambiente e a corretiva por criadores, realizada ao longo de muitas
gerações conferiu à raça Nelore um genótipo perfeitamente ajustado às condições de
pastejo de ambientes quentes e secos, tornando-os eficientes na conversão alimentar e na
precocidade, tanto na reprodução como no crescimento e na terminação (acabamento de
carcaça). A geração de porte médio da raça é consequência de um processo natural de
adaptação, que se verifica tanto em animais como vegetais de regiões semiáridas,
necessário para que possam sobreviver e reproduzir apesar da escassez de água e
alimentos. A própria caatinga nordestina com seus pequenos animais silvestres e vegetação
característica é um exemplo deste processo de adaptação.
De fato, o seu porte médio, aliado à sua perfeita adaptação ao clima, tornam mínimo seu
dispêndio de energia para mantença, possibilitando que, mesmo em pastagens pobres,
“sobre” energia para produção de leite, carne e bezerros.
A habilidade para manter-se em boas condições corporais mesmo nos períodos de maior
adversidade favorece a vida reprodutiva das vacas, permitindo excelente resposta em
termos de bezerros desmamados/ano, um dos principais indicadores de eficiência
econômica nos sistemas de produção da pecuária de corte. Outro indicador importante é a
redução da idade ao primeiro acasalamento para pouco mais de 18 meses. Esta
possibilidade resulta em impactos econômicos mais significativos, com redução da idade de
abate dos quatro para os dois anos de idade.
No Brasil, o marketing que pretende vender a ideia do “animal ideal”, perfeito em todas as
suas características econômicas, adaptado a qualquer região e eficiente, seja qual for o
sistema de produção, esconde a existência de nichos biológicos e econômicos para as
diversas raças. São as condições climáticas e de mercado das diferentes regiões, sob as
quais o rebanho irá transformar pasto em produtos, que determinarão o tipo animal
apropriado (espécie, raça, tamanho) e que, por sua vez, deverá ser avaliado dentro do
conceito de produção por unidade de área (arroba/ha; bezerros/ha; leite/ha; etc.).
Animal bem adaptado ao ambiente e cenário econômico do semiárido conduzem ao Nelore,
com sua capacidade incomparável de atravessar longos períodos de escassez
“economizando” energia, mantendo-se prolífica e alcançando elevada produtividade por
hectare. Uma produtividade que é consequente à perfeita harmonia entre animal e
ambiente.

Quem somos: História
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